quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal

FELIZ NATAL


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Periodização do treino II - Periodização convencional

Futebol é assim: Treino é treino, jogo é jogo
Valdir Pereira “Didi” – jogador e técnico

Fácil perceber que se é tratada por “convencional”, é a mais usual mais unanimemente aceite.

A partir do modelo base de Metveev, foram-se desenvolvendo modelos mais específicos e condizentes com a realidade actual. Na generalidade, com ou sem variante de denominação, os modelos convencionais usam conceitos enraizados
- Pré-época
- Período competitivo
- Forma e picos de forma
- Volume vs Intensidade
- Cargas físicas
- Divisão entre trabalho técnico, táctico e psicológico

No planeamento da época (periodização) entram os 3 períodos básicos
- Período preparatório, vulgo pré-época, onde se privilegia a aquisição de componentes abstractas, predominantemente físicas, resistência e velocidade onde se alicerçará todo o trabalho das fases seguintes. Privilégio das cargas físicas progressivas, inicialmente de baixo volume que vão aumentando até um valor máximo onde a componente física é exacerbada em detrimento das componentes táctica e técnica. Objectivo primordial é aquisição da forma física.
- Período competitivo, época desportiva, diminuição do volume de treino com consequente aumento da intensidade. Supostamente a forma física foi adquirida no período preparatório, a preocupação é a sua manutenção. Divisão da fase em ciclos, procuram-se “picos de forma”, é em busca desses que se programa a manutenção e/ou reconstrução da forma física ao longo da época, baseando-se no efeito retardado das cargas físicas. Os aspectos tácticos e técnicos, treino específico, adquirem neste período a importância máxima. Sempre baseados em princípios de manutenção da forma física. Basicamente o pensamento é “precisamos de estar no máximo das nossas capacidades no período (mês, semana, mesociclo…) X, trabalhamos os aspectos físicos com antecipação para, no máximo da forma física, estarmos aptos a desenvolver o trabalho mais específico”.
- Período de transição, “férias”, a principal preocupação é conseguir obter um efeito optimizado entre descanso e manutenção de capacidades físicas básicas que permitam encarar o próximo período preparatório com condições globalmente satisfatórias a nível físico, psíquico e motivacional.

Na periodização convencional verificamos uma predominância do factor “forma física”, a época é trabalhada em função dos períodos de aquisição, manutenção ou reconstrução desta componente. O trabalho táctico e técnico é suportado pelo trabalho físico entretanto desenvolvido.
Não é por isso de estranhar que o resultado do treino baseado na periodização convencional seja, predominantemente, obtido pela soma das partes. É comum falar-se em “estar bem fisicamente mas ainda ter muito que trabalhar em termos tácticos”, ou até que “a equipa está a decair de forma nos últimos jogos”…
Os seus seguidores, a generalidade dos treinadores, defende o facto de assim se conseguir uma programação global da época onde se identificam facilmente os aspectos a trabalhar em cada período, sendo por isso possível obter “picos de forma” quando necessário.
Os seus detractores defendem que a divisão da época em fases nem sempre coincide com a realidade competitiva ou com as necessidades da equipa. De que me serve programar um “pico de forma” para Fevereiro se em Janeiro a equipa não conseguir corresponder ás minhas expectativas, podendo até tornar inútil o tal “pico de forma”?

Dissemos atrás que o resultado obtido no treino baseado na periodização convencional é uma soma de partes, física, táctica, técnica e psicológica. A periodização convencional é, pela sua própria essência, um terreno propicio à aplicação da metodologia de treino integrado onde se individualizam as componentes para a partir daí construir o jogo.

Falaremos do treino integrado no próximo post.

“O futebol depende de estado atlético e também não é mais possível não saber jogar sem a bola – o mundo mudou, o futebol também”
Eugénio Figueiredo – dirigente uruguaio e da Conmebol